Já faz alguns anos, muitos, o que importa é que lá, as meninas ainda podiam se dizer debutantes aos 15.
Amigas podiam viajar juntas. Não existia ainda esse controle das vidas dos outros, chamado celular, e os pais não imaginavam que tinham sido mortas ou seqüestradas por que não ligavam todos os dias.
Numa dessas viagens, fui para o Sul com muitas amigas. Alugamos um carro (ao estilo Ms. Sunshine) que mais parecia um microônibus com motorista já que ninguém tinha carta.
Garopaba foi o destino das dez meninas. Aquela foi a última vez a me sentir adolescente, com autorização para ser irresponsável. O colegial já tinha ficado para trás e um mundo de oportunidades despontava por todos os lados.
Hoje, me divirto olhando para aquelas meninas na foto, algumas imaginavam caminhos tão diferentes dos que acabaram seguindo, outras foram firmes e seguiram seus planos.
Eu já pintava e meu maior sonho era vender um quadro, depois outro até poder viajar pelo mundo a fora. Mais de 200 quadros vendidos e muitas exposições depois, vejo que embora os sonhos da adolescente tenham se materializado e até superado as expectativas, novas metas, agora, com menos tempo sem autorização para ser irresponsável, tomam o lugar dos sonhos.
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