30 de março de 2007

Um caso de amor mal resolvido

Enquanto esperava o pessoal da Tim me jogar para todos os funcionários da empresa até conseguirem, finalmente, uma desculpa para colocar na espera, escutando uma voz eletrônica falar sem parar sobre todas as vantagens de ser um cliente Tim, entrei no site de um jornal para, pelo menos , enterrar de forma digna, o tempo que a Tim tinha assassinado.

Fiquei na dúvida quanto a melhor opção; Piadas disfarçadas de política brasileira, crimes ou o assunto, que pelo visto, era o que mais interessava aos brasileiros, o tal do Alemão.
Não demorou muito para entender quem era ele. O protagonista dessa nova novela dirigida pelos atores quadjuvantes, chamada BBB. É fascinante ver a qualidade e o conteúdo dessa trama, quase toda baseada em intrigas, fofocas e “romances”.

Deve ser muito difícil encontras e juntar numa mesma casa, pessoas com tanto conteúdo, tantos assuntos interessantes a discutir, tanto para ensinar. Não que o povo brasileiro tenha algo para aprender, afinal, não vejo a menor necessidade em agregar algum tema interessante a um programa de audiência estratosférica. Por outro lado, televisão é apenas diversão e num país como o Brasil, é isso que importa, seja ela onde for, na “vida real” (BBB) ou nas ruas.

Onde já se viu atrapalhar a diversão de adolescentes que brincam de bang-bang com armas de verdade?
Morte aos que se atrevem a atravessar o caminho das balas que se perdem! Vamos nos divertir. Cansou de brincar na rua de mocinho e bandido? Vai ver um pouco de televisão, assim quem sabe abre um pouco a cabeça!

Zanzando pela internet, ainda com a vizinha metálica em meus ouvidos, uma surpresa!
A foto de uma amiga brasileira que estudou comigo em NY. Não sei como fui parar no site das suas fotos, mas cheguei lá. Lendo com tempo -aquele que a Tim matou- deu para ver que ela estava muito bem, vendendo as fotos em capas de caderno, publicidade popular,etc...

Não pensei duas vezes, mandei um e-mail que foi respondido imediatamente, exatamente como a Tim.
Ela contou que depois do curso que fizemos, conheceu um americano e se casou logo, bla bla bla e resultado; O Americano se tornou violento. Ela, ainda apaixonada, ficou anos apanhando, mas não perdia a esperança de que ele mudasse. De fato mudou, depois de um tempo, começou a beber e não demorou muito para ser despedido, ele era policial. Ela, que era fotógrafa, no inicio da carreira, sonhando viajar, fazer cursos, conhecer outros lugares, abdicou dos sonhos em favor do amor. Começou a sustentar a casa (e os vícios dele, imagino) e ficou assim por algum tempo.

Até que um dia, depois de uma surra daquelas, não agüentou mais e saiu de casa. Levou apenas uma mala com algumas roupas, todo o dinheiro que tinha no banco e sua câmera.
Arrumou um emprego, começou uma vida nova. Agora, sem o traste do marido, tinha tempo e vontade de sobra para usar seu talento. Daí para frente vocês já devem imaginar.

O que não imaginam é que, contou minha amiga, depois de alguns anos sem ver o “amor” da vida dela, encontrou uma conhecida no mercado e soube que logo que ela saiu, ele se acabou, bebeu tudo o que tinha em casa e foi ao fundo do posso.

Duas semanas depois, reapareceu. De banho tomado, barba feita e alguns quilos a menos. Voltou ao emprego, pagou as contas fiadas e depois de algum tempo ficou-se sabendo que ele estava de namoro com uma policial jogo duro, que diziam, não era boba e não se deixava enganar.

Aqui estou eu, ainda com a Tim. Deu tempo de ler sobre o tal Alemão, reencontrar uma amiga antiga, saber de uma história dessas e ainda escrever tudo isso.
Decidi que os R$10,00 que vieram a mais na conta telefônica custariam menos que uma terapia por estresse e uma lição de vida dessas.

Desliguei a Tim e voltei a ser o que todos aqui somos, uma “mulher de malandro” que ama o Brasil, sempre batendo, tirando tudo o que ganhamos, mas não perde a esperança de que um dia, quem sabe, ele mude ou apareça alguém decidido o suficiente para coloca-lo na linha, afina esse caso de amor mal resolvido onde só ha amor de uma das partes já esta na hora de acabar...

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