24 de setembro de 2007

Começar é preciso


Começar é bom. Perigoso, mas preciso. Alguns começos duram mais do que até o final.

Melville começa Moddy Dick com poucas, mas precisas palavras:
“Call me Ishmael” – Em apenas 3 palavras desperta a curiosidade e mistério que acompanha o misterioso narrador-personagem até o fim do livro.

"Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua própria maneira" - Leon Tolstoi resume sua obra prima, Ana Karenina.

"Hoje, minha mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: 'Sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentimos pêsames. ' Isso não quer dizer nada. Talvez tenha sido ontem.” – Camus, intrigantemente frio.

“Quando certa manhã Gregor Sansa acordou de sonhos intranqüilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso” – Kafka que condensa o assunto de todo o livro em apenas uma frase.

"Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes...” – Pouquíssimas palavras formam uma imagem perfeita. Graciliano Ramos em Vidas Secas.

Oscar Wilde costumava dizer que só os tolos não se deixam guiar pela primeira impressão. O que vocês acham? Quais os começos mais te marcaram?

5 comentários:

Anônimo disse...

Foi quando aquele gatilho não conseguiu ser puxado ... Recomeços.
A vida é poderosa.
Minhas mãos tecem metas, sonhos, utopias
e ela os quebra, desmancha, atrofia.
Humana ironia!
Apesar desta vida que me vira pelo avesso,
só nela acho forças para outros recomeços.

Me tocou profundamente este post, minha cara Giovanna.
Abraços

Giovanna Vilela disse...

Pedro,

Muito bons os seus começos e recomeços...

Lidiana de Moraes disse...

Nossa, muito legal essa perspectiva! Normalmente a gente pensa nos finais mais marcantes, nunca tinha parado pra pensar no início!
Mas com certeza o da Metamorfose estaria na minha lista!

Anônimo disse...

linda...

Unknown disse...

os começos só fazem sentido a partir dos meios, acredito.