27 de setembro de 2007

O dia em que Juliano acorda

Meu livro está caminhando. Aí vai um pedacinho.

Foi quando acordei e entendi que 28 anos haviam se passado, junto com eles toda a minha história. A pessoa que, com a cabeça escondida entre as mãos, descansa numa poltrona de couro marrom, dizem, é minha namorada. Nada nela me atrai. A comida deixada sobre o criado mudo, sopa de ervilhas e torradas de alho, causam-me ainda mais mal estar.

A cabeça dói, não tenho certeza, mas acho que minhas pernas ainda estão junto com o resto do corpo estranho que chamo de meu.

Ainda não tive coragem de me olhar no espelho, tenho medo de não encontrar nada.

Não devo ter sonhado, pois nem disso me lembro. Escutei agora a pouco vozes conversando sobre alguém que acordou do coma depois de um ano. Pode ser que essa pessoa seja aquela que me espera no espelho.

Algo como o mar e um perfume de flores, jasmim , vem a minha mente e trás um pouco do que parece e deve ser prazer, se é que uma pessoa em minhas condições ainda sabe o que é isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns Giovanna .. vai ser um livro de contos?
Abraço!