23 de novembro de 2010

Quantos anos tenho

Amigas da vida toda e para o resto da Vida
Sarau na minha casa entre amigos e leituras de pessoas maravilhosas

O maior amor da minha vida, meu filho Pietro.
Lugar onde me sinto em paz. Fundo do mar de Noronha.

Hoje, depois de um comentário, pela primeira vez na vida me senti velha. Olhei no espelho. Procurei por sinais da velhice. Nada. Olhei para dentro. Pior. Só via juventude. Foi quando me dei conta. E escrevi isso aqui.

Não me pergunte quantos anos tenho. Pergunte me quantos filhos criei. A quantos projetos me dediquei. Quantas arvores plantei.

Das alegrias que semeei por onde quer que eu tenha andado.

Não me pergunte quantos anos tenho. Pergunte quantas montanhas atravessei. Quantas matas desafieei. Dos países que visitei. Pergunte me das pessoas que influenciei. E das que me influenciaram.


Não me pergunte quantos anos tenho. Pergunte me quantos amigos cultivei. Quantos deles fizeram de mim maior do que as montanhas que escalei. Pergunte me do valor do meu passado, mas não faça dele um numero. Pois números contam tamanho. Pessoas são medidas por seu valor. Homens são maiores que as montanhas conquistadas. Marinheiros mais profundos que os mares que os esperam.


Não me pergunte quantos anos tenho. Pergunte me das vidas que vivi enquanto tantos esperam para viver apenas uma, nem sempre a sua. Pergunte me quantos livros eu já li. E quantos escrevi. A quantas injustiças resisti. E quantas impedi.

Não me pergunte quantos anos tenho. Pergunte me das pedras que catei e com elas, dos castelos que construí.


Não me pergunte quantos anos tenho. Pergunte me quantas musicas já ouvi. Com quantas delas já chorei e quantas me fizeram rir.

Das valsas que dancei. Quantas delas toquei. Das luas que já vi. E sobre estrelas que dormi.

Não me pergunte quantos anos tenho. Pergunte me quantas batalhas já lutei. Quanta gente já superei e a quantas sucumbi.

Quantos tombos ja tomei. Quantas vezes levantei.

Não me pergunte quantos anos tenho. Pergunte me das aventuras que vivi. Queira saber da quantidade de amores que tive e dos amores, quantos deles ainda lembram de mim. Quantos deles fiz chorar e por quantos chorei.


Mas se a caso o tempo manchar de branco meus cabelos sem idade. Não me pergunte quantos anos tenho. Pergunte me quantos quadros já pintei. Das cores que inventei. Se preciso for pinto também os cabelos. Mas pergunto a você? Quantas cores tem sua vida?

Não me pergunte quantos anos tenho. Não me pergunte quantos anos tenho.

Pergunte quanto tempo ainda te resta para a vida que transborda dentro de mim


2 comentários:

Marcio Pimenta disse...

Que intensa. Que linda que é. Suas palavras derramam tinta em cores ricas de vida. Poucos podem ter esta percepção, esta sensibilidade.

Não canso de você.

Beijos...

Matheus Hruschka disse...

Gi... Me senti mais novo lendo seu texto. sabe as incertezas da pressão pré 30? Seu texto ajuda a lidar com tudo isso mais fácil. Fud***

Sinto falta das palavras dos meus companheiros do B_Arco de Segunda.

Bjos grande