13 de dezembro de 2010

Confissões

A Luz forte no teto e o vazio na barriga confirmavam os rumores. So podia ser aquele o tal lugar secreto das confissões. Haviam facas minuciosamente enfileiradas. Saber usa-las era o segredo, dizia ela.

Nao ha pecado maior do que rasgar uma carne com a lamina errada.

A luz ia diminuindo. Palavras saiam como magica enquanto o sangue do Brunnelo era derramado em taças de cristal. O perfume das ervas frescas picadas por mãos ágeis em movimentos cadenciados, embora cegos deixavam a vitima hipnotizada.

Palavras eram entregues aos poucos, lenta e elegantemente como que orquestrados por uma musica muda. Com um corte lateral arrancou as entranhas de uma pimenta enquanto olhava fixamente nos olhos dele. Moeu o sal grosso com alecrim sobre as costelas do cordeiro e colocou o corpo da pimenta sobre a carne crua. Ele sentiu se fraco. Ele precisava de tudo o que tinha diante de seus olhos. Ela já tinha tudo o que queria. Encheram as taças mais uma vez e fizeram seus pedidos em silencio.


Um comentário:

Marcio Pimenta disse...

Ela o cortava com a faca correta. Uma mulher que sabe o que quer tem o dom de colocar os homens a prova sobre se ele sabe o que realmente deseja. Estar no próprio ambiente foi até covardia rsrsrsrs.

Beijos!