2 de outubro de 2006

Pobre menino sem mãe

Sempre que nasce um bebê, nasce com ele uma mãe. Mas e o pai? O pai não carrega o filho dentro dele, não é obrigado a acompanhar, a sentir e nem a conhecer o amor daquela pessoa. Não raro, pais se distanciam da mulher, fogem da responsabilidade e do sentimento. Muitos homens se justificam, dizendo que só conseguem amar o filho quando podem interagir com a criança. Tantas são as mulheres que, abandonadas, sofrem sozinhas o encontro com esse amor.
Amor por filho é tão grande que chega a doer. Dá medo pensar naquela vida em nossas mãos. A partir daí, a mãe perde o direito até de morrer. A própria vida fica em segundo plano.
O pai vai nascendo aos poucos, por escolha. O pai vai amando cada parte da descoberta que é ser pai. Acompanha o primeiro sorriso, o primeiro banho e vai se tornando cada vez mais pai.
Recentemente, descobri que existem mulheres que não aprendem a ser mães quando nasce a criança. Para ser mãe, é preciso antes ser um ser humano capaz de amar, de sentir, de aprender. Uma mãe é capaz de sacrificar a própria felicidade em favor do bem estar do filho.
Aprendi que um pai, ainda que não seja biologicamente pai, conquista o direito de ser. Escolher ser pai é muito mais do que fazer um filho. Quem, em sã consciência, tomaria este amor, este sentimento de um homem? Como pode alguém pensar em apagar anos da memória afetiva de um homem e de seu filho? Pior, como este homem, a quem o direito de pai foi roubado numa mesa de restaurante, pode viver deixando o filho nas mãos de alguém com tanta frieza assim.
Leio em jornais esta noticia, como se fosse mais um acontecimento, entre uma festa e outra do circuito Rio-São Paulo.
Quantas pessoas ainda serão queimadas por esta fogueira das vaidades?

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