20 de março de 2007

300 - Cineminha em NY


Fã assumida dos Helênicos, não poderia deixar de assistir 300.
O tratamento das cores e o ritmo em que as batalhas acontecem deixam claro a adaptação dos quadrinhos.
Embora visualmente o filme seja lindo de se ver, o que me fascina é a história desse povo que fez da coragem sua maior arma.

A determinação e excentricidade do povo de Esparta construiu um exercito de heróis, quem sabe inspirado em seu fundador que mito ou não, conta-se, era descendente de Hercules.
Li por aí que o Irã estava desconsolado com a imagem do rei Xerxes, nosso Santoro, tirano e digamos assim com jeito de travesti em baile de carnaval. Não sei não, mas pelo que me lembro das aulas de história, o filho de Dario, não era dos mais calminhos.

Me desculpem os "persas de hoje", mas Ésquilo, em sua tragédia " Os Persas", não fugia muito do que vi no filme, tirando, é claro, um pouco do exagero dos quadrinhos e o make up moderninho.

Não sei se pelo fato de não esperar nada, ou esperar um filme bobo, me surpreendi.
O fato é que fora o esperado simplismo americano de separar bem e mal sem deixar outras nuances e o exagero de números (que não faz a menor diferença, pois de fato o exercito Espartano era infinitamente menor), e a ótima idéia de, digamos assim, dar mais poder a mulher do que em teoria ela deveria ter (adorei, essa correção da história),eu não diria de forma alguma que o filme é ruim.

O filme é muito bom para quem curte história ou vídeo games, divertido para mulheres casadas que já se esqueceram o que é um abdômen sarado (imagine 300), altamente recomendável para homens procurando inspiração para voltar à academia e certamente insuportável para intelectuais sedentários loucos por um papo cabeça.

O forte dos espartanos, diferente de seus vizinhos Atenienses, não era desvendar os mistérios da mente e da vida. Os Espartanos eram feitos de coragem, viviam e morriam pela polis, exploravam o físico, não tinham tempo para filosofar.

Um comentário:

André disse...

Giovanna, bom ler seu post e encontrar referências que também busquei em Ésquilo. Também sou fascinado pelo helenismo e embora não tenha dito de forma mais contundente no meu blog, adorei o filme! Claro que tem seus defeitos, mas ambientar-me naquele clima e visual ricamente construído em torno da visão de Frank Miller sobre a Batalha de Termópilas, foi compensador. Beijo!