7 de março de 2007

Dia internacional da Mulher

Mulher. Apenas seis letras para tantos segredos.
Tentar desvenda-las é negar seu mistério. Pensar em generalizá-las é pura ingenuidade. Elas são únicas e donas de idiossincrasias, por vezes conhecidas como loucuras.

Homens, não tentem entende-las, grandes filósofos o fizeram e acabaram loucos, esperando uma mulher com o chicote nas mãos e um buraco na alma.
Hoje, dia internacional das mulheres, minha homenagem vai para uma, que viveu a vida de várias, mas soube ser o que muitas morrem sem saber. Ela foi tudo o que tinha para ser, sem medo, sem preconceitos e sem culpa, principalmente sem culpa!

Ainda menina, com 15 anos apenas, começou a trabalhar num jornal , se tornou escritora e correspondente mundial.
Numa época em que apenas sair à rua sozinha era sinônimo de coragem, desnudou seu corpo e sua alma. Mostrou ao mundo que nem mesmo a ditadura era forte o bastante para frear suas convicções. “Soltava pipa e voltava para casa sem batom”, como gostava de dizer.

Freqüentava os bares proibidos com 18 anos, e foi num deles que conheceu o primeiro amor, anos mais velho e casado com a única mulher merecedora de toda sua admiração, Tarsila do Amaral.
Oswald de Andrade se separou e levou seu amor as últimas conseqüências, chegando ao cemitério da Consolação para se casar numa cerimônia no mínimo inusitada.

Pouco tempo depois tornou-se mãe, mas nunca se rendeu ao que chamava de “serviços domésticos” (higiênicos, culinários e sexuais.).
Levou suas convicções a praça pública, e levantando o corpo de um homem negro morto, como protesto contra as injustiças, tornou-se a primeira presa política no Brasil.

Muitos pseudônimos foram criados para as várias mulheres dentro desta, que como nenhuma outra, desafiou o mundo. Foi lanterninha de cinema e espiã ao lado de Luis Carlos Prestes. Com o amigo André de Breton, desvendou Paris enquanto estudava com Paul Nizan e Pulitzer.

Mas ainda não estava satisfeita. No Japão, conseguiu convencer o imperador Pu-Yi a mandar sementes de soja ao Brasil, influenciando também a economia do país que, mais tarde, sob o comando de Getúlio Vargas a mandaria para a cadeia por quatro longos anos de sofrimento e tortura.

Patrícia, que virou Pagu quando o amigo e também jornalista Bossi sugeriu um pseudônimo com as letras de seu nome e sobrenome (ele acreditava ser Goulart e não Galvão), foi e será sempre uma mulher a ser lembrada e homenageada, independente de sua posição política, mas sempre por sua posição diante do mundo e de si mesma. Pagu rompeu com padrões e clichês sociais e deixou para nós, mulheres, o exemplo de força e determinação que todas nós deveríamos ter.

Parabéns mulheres de todo o mundo!

5 comentários:

Anônimo disse...

"sinto-te o ardor, e o crepitar te escuto, Beijo divino! e anseio, delirante, Naperpétua saudade de um minuto.....com vc".........feliz por vc ser única.

Anônimo disse...

Tenha sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos, mas o que é importante não muda, a tua força e convicção não têm idade.

O teu espírito é como qualquer teia de aranha, atrás de cada linha de chegada, há uma de partida, atrás de cada conquista, vem um novo desafio.

Enquanto estiver viva, sinta-se viva, se sente saudades do que fazia, volta a fazer, não viva de fotografias amareladas.

Continue, quando todos esperam que desista, não deixe que enferruje o ferro que existe em você, faz com que em vez de pena, te tenham respeito.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala, mas nunca se detenha

Giovanna Vilela disse...

Anonimos inspirados hoje...
Olavo Bilac, sempre muito benvindo!

Anônimo disse...

Oba! Adoro encontrar um link do Solta no Mundo num blog interessante! Bjs

Anônimo disse...

Quanta riqueza e beleza.

Beijos!