13 de julho de 2007

As Cores da Gabriela

Recebi hoje um texto muito bonito, enviado por uma blogueira jovem e talentosa, a Gabriela Varvas.

Eu olhei praquela menina. Tentei dizer de todas as formas, explicar que o mundo não era feito somente daquelas sete cores do arco íris que conhecia. Tentei mostrar que havia outras mil, às vezes mais escuras, em outras tão claras que chegavam a cegar. Eu tentei. Mas ela não aceitou.
E continuou a ir somente do rosa para o azul. E do azul para o verde. Vivendo entre poucas cores, enquanto podia viver entre infinitas. Fiquei triste por não conseguir mostrar para ela e para o resto do mundo a minha descoberta. E eu que achava aquilo tão interessante, conhecer tantas cores, agora começava a achar banal. Por que as pessoas não me ouviam? Por que não enxergavam como eu?
Comecei a perceber que, às vezes, as cores se embaralhavam diante dos meus olhos e eu não sabia distinguir o amarelo do laranja, nem o verde claro do azul. E a cada dia, novas cores atropelavam meus sonhos, meus passeios e até do meu choro brotavam, enquanto aquela menina continuava com poucas cores para olhar, quase sem chances de se confundir. Será que seria melhor ser como ela? Sem chances de ficar na escuridão, se queimar nas cores quentes ou sentir frio nas claras?
Sinceramente, não sei. E nem nunca vou saber. Jamais vou poder ser como ela, como fui um dia, porque depois que descobrimos que existem infindáveis cores além das que nos ensinam, não conseguimos mais esquecê-las.

Gabriela Vargas
12/07/2007

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