24 de julho de 2007

O Poço - Pablo Neruda

Cais, às vezes, afundas em teu fosso de silêncio,em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues voltar, trazendo restos do que achaste pelas profundezas da tua existência.
Meu amor, o que encontras em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,rancorosa e ferida?

Não acharás, amor, no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.
Não me temas, não caias de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir e deixa que ela voe pela janela aberta.

Ela voltará a ferir-me sem que tu a dirijas, porque foi carregada com um instante duro e
esse instante será desarmado em meu peito.
Radiosa me sorris e minha boca fere.

Não sou um pastor doce como em contos de fadas, mas um lenhador que comparte contigo terras, vento e espinhos das montanhas.
Dá-me amor, me sorrie me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil, não me firas a mim porque te feres.

O Neruda mais uma vez fez meu dia brilhar...

4 comentários:

Gabriela Vargas disse...

Nossa, que lindo Giovanna.
Nao conhecia esse poema de Neruda.
Me fez pensar nos abismos em que caimos e o que la enxergamos e para os lugares que podemos ir e as coisas boas que nos esperam.

Anônimo disse...

o meu dia tbm......Linda!!!

Giovanna Vilela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Quem bom que gostou...

"Dá-me amor, me sorrie me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil, não me firas a mim porque te feres".