1 de julho de 2010

A Convidada

Estava ocupada na terra entre gregos e romanos, Cleopatra e Narciso quando fui chamada as pressas aos céus para a festa de casamento de Tetis e Peleu. Os convidados, todos deuses, menos uma, a intrigueira Eris. Era deusa também, mas nao recebeu o convite do Olimpo. Era dada ao melhor uso das piores ocasiões, diziam.

Na mesa do banquete entre uvas, vinho e nectar, uma maca de ouro. E a luta de tres deusas, Hera, Afrodite e Atena. Todas queriam a fruta dourada. Mas nao brigavam pelo ouro. Lutavam pelas palavras gravadas no pomo da discordia. "Para a mais bela". Quando cheguei ainda vi o resto do sorriso de Eris deichando o palacio camuflada pela guerra das deusas.

Sentindo se apenas um mortal, Zeus achou-se incapaz de ficar entre a fúria de três mulheres, principalmente sendo elas três deusas. Mandou buscar na terra um homem, Paris.

Diante dele surgiram as divindades e como se profetizassem a política moderna, cada uma ofereceu o que lhe cabia. Atena, deusa da inteligência e da guerra ofereceu o poder, a capacidade de ganhar qualquer guerra e conquistar todos os territórios que desejasse.

Hera ofereceu a Paris toda a Asia sem guerra nenhuma, faria dele rei, se ele fizesse com que os outros a vissem mais bela. E foi entao que Afrodite chegou.

Paris, eu te dou o amor. Escolha a mulher que quiser.

O pomo dourado foi para as maos de Afrodite. Menelau perdeu a esposa. Perseu ganhou Helena.
Um cavalo invadiu Troia. Homens se mataram. Ulisses viveu sua Odisséia a caminho de Itaca.
Tudo por culpa de quem, do amor? De Helena? Nada disso.

A culpada fui eu, apenas eu, a Vaidade.


Giovanna Vilela

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