21 de outubro de 2010

Existindo

Ser alegre, entusiasmada é bom, mas dá muito trabalho.
Dá trabalho ter que ser sempre igual. Eu não sou. Não conheço muita gente que é.
Mas trabalho mesmo é explicar que de dentro daquele corpo onipresente existe eu.

Atualmente estou na fase caseira. Chego em casa e ao invés de sair correndo para jantar com a turma de amigos, janto comigo.
Acordo mais cedo e para aproveitar o dia corro sozinha. Ela deve estar com algum problema, fala uma amiga para outra.
Hoje tinha uma festa. Respondi que não ia. No mesmo e-mail, dez outros amigos, a maioria também não vai.
Mas eu sou animada, agitada. Eu convenço todos a sair. Dou palpite na escolha do restaurante. Marco encontros, invento programas.
Como é que eu posso não ir? Ela deve estar escondendo alguma coisa, vai ver saiu para jantar com alguém, pensaram.
Não. Estou comigo. Decidi ir ao cinema e fui, sozinha. E para explicar que eu queria assistir a um filme e não bater papo?
Não preciso de alguém ao meu lado para entrar numa sala escura e ver um filme. Também não estou com raiva do mundo, nem de saco cheio de todos. Não. Estou comigo, só isso.

As vezes sinto falta de aprender algo novo. De pensar. De falar sozinha e depois ficar em silencio esperando a resposta para a pergunta que eu gostaria de ter e não encontro. As vezes preciso sair do meu mundo seguro. Conhecer pessoas novas. Descobrir novas respostas. Ser estranha, ser outra. Pesa muito carregar a imagem que fazem de mim. As vezes também eu fico me assistindo, me olhando ser. Mas depois, canso de ser e acabo assim, querendo apenas existir.

2 comentários:

Pedro disse...

Todo mundo procura por novidades, eu também. Sem fazer apologia a nostalgia, ao marasmo e a inércia, eu pergunto: qual o sentido de manter-se preso a uma necessidade do novo, o tempo todo a todo tempo?
Tem horas que o bom mesmo é ficar por aí, pelo mundo, vivendo :)

Beijos!!
Pedro

Giovanna Vilela disse...

Live and let die!

bjs,Pedro