25 de maio de 2011

Primeiro tempo.

Hoje, um amigo querido, o Marlon, companheiro das letras e das cervejas, claro, completa 45 anos.
Este foi o e-mail que ele mandou aos amigos como resposta aos muitos votos de felicidades que recebeu.
Achei injustiça com o resto do mundo, que não tem a sorte de ter meus amigos, perderem também este delicioso e-mail.


O que muda quando termina o primeiro tempo?
Hoje completo 45 anos. Se a vida fosse uma partida de futebol estaria terminando o primeiro tempo.
Hora de ir para o vestiário e refletir o que fazer para virar o jogo ou manter a vitória parcial. No meu caso, a sensação é a de ir para o intervalo vencendo o jogo por 2x0.
É, 2x0 tá de bom tamanho.
A vida nesse primeiro tempo foi muito boa comigo, a começar pelos meus pais, irmãos e familiares. São deles e por eles que me orgulho dos princípios e valores que aprendi, por exemplo, pela observação, ensinamentos e algumas boas broncas.
Deles tive muito mais que o básico e que o material. Tive carinho, cuidado, amor. E continuo tendo até hoje.
Profissionalmente tenho a sorte absurda de fazer o que eu gosto há quase 20 anos. Por isso, trabalhar não me dá trabalho. E se não sou um gênio como o Olivetto, não me considero um perna de pau. Desço para o vestiário sabendo que jogo bem.
Por falar nisso, posso não ser o Cafu, mas saúde não me falta; nunca passei uma noite em hospital e a maior cirurgia que fiz foram alguns pontos depois de um tombo de bicicleta.
Moro onde gosto e viajo sempre. Já são 41 países e isso só nesse primeiro tempo. Dá quase 1 por ano.
Falar das mulheres não é cavalheiresco, mas digamos que sempre me trataram bem. E aquelas que não o fizeram, como diria meu ídolo Jack Sparrow, tiveram a sua chance.
Há seis anos descobri que posso ser feliz em outros campos e gramados também. A sala de aula por exemplo. Com certeza mais de mil alunos já tiveram aulas comigo e pelo que me dizem e escrevem no meu Black Book, não se arrependeram.
Circo, stand-up, improviso, roteiro, literatura, cursos que o tempo, a disposição e o custo me permitem fazer evitam que a minha vida caia no que há de pior para um geminiano como eu: rotina.
Materialmente nunca tive ambições e sonhos nababescos, mas tenho o carro que sempre sonhei e um guarda-roupa exclusivo (seja lá isso bom ou ruim).
Vivi o melhor dos melhores anos, os anos 80. E faço questão de me divertir, porque não sei se teremos outra oportunidade.
Quanto a Deus, está sempre do meu lado.
Bom, o intervalo está se encerrando e tenho que voltar para o segundo tempo. Espero manter o placar ou, melhor, fazer mais uns dois ou três gols e vencer por goleada. Mas sei que depende de mim, afinal o jogo só termina quando Ele apita o final. E quando isto acontecer espero poder dizer: vim, vi e venci.
E como não acredito em jogo que se ganha sozinho, resolvi compartilhar este texto com você que de alguma maneira me ajudou a chegar até aqui com o placar a favor.
Obrigado a todos os e-mails, mensagens, ligações, abraços e presentes. São vocês que fazem o jogo da minha vida valer a pena.

Marlon 45 diesel.

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