18 de julho de 2011

Ong Bak, a Batalha Final


Você pode derrotar qualquer um com muito treino e uma técnica apurada. Há apenas alguns inimigos onde a luta não é suficiente: a raiva, a vingança, a inveja, o medo. Contra estes, apenas a meditação, ou a luta com você mesmo pode vencer.
Esta é parte da ideia do filme que me emocionou esta noite. Encontrado ao acaso, me faz dormir com aquela sensação gostosa de ter visto um filme onde a receita é um pouco diferente dos outros. A começar pela luta. Não ha dubles, nem efeitos especiais (fora quando cabeças são arrancadas, claro). Tony Jaa, dá um show para quem gosta de artes marciais. Principalmente nas cenas finais, repare como ele não ataca nem mesmo uma vez. A raiva, o lado negro dele, representado pelo irmão, ataca com raiva e esta mesma raiva é apenas direcionada para outro lado. Ele usa a força do outro. Ouso até usar Platão aqui já que sua alegoria da caverna, mais uma vez é usada como referencia à luz da sabedoria.
Este é um filme para quem gosta de se esforçar, de buscar o sentido. Não é um filme agradável, ao contrário, muitas vezes é perturbador e sombrio, mas parte de mim ficou de fato admirada.

Se para algumas pessoas, a yoga é o caminho da paz, para mim, esta estrada começa num lugar chamado Shotokan, estilo do karatê que me colocou nos eixos durante a juventude.
Em meu baú de recordações, junto com a boneca Suzie e o genius estão posters do Bruce Lee.
Sou apaixonada pelo cinema oriental, de Kurosawa a Zhang Yimou. Mas hoje, casualmente fui apresentada a um novo e genial filme, “Ong Bak”.
O filme, além de repleto de simbologia, mostra o melhor do muay boran, luta que deu origem ao atual muy thay. Esquecida na atualidade devido à quantidade de golpes mortais . Tudo isso tem um motivo. Era preciso eliminar o oponente o quanto antes, visto que muitos outros estavam por vir. O arsenal de guerra deste povo somava nove armas, duas mãos, duas pernas, dois cotovelos, dois joelhos e a cabeça para o ataque e a defesa, o que pensando bem, é muito menos violento que as armas usadas hoje em dia.

Este não é um filme que eu recomendaria para todos. É preciso estar disposto.

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