27 de janeiro de 2012

What's up, Whatsapp?

E a tecnologia chegou com a chuva fina temperando minha cidade.
Ainda com saudades daquela emoção que só quem está conhecendo pela primeira vez alguma parte íntima do mundo conhece, mergulhei num livro, A Arte de Viajar, do Alain de Botton, que só estava servindo para me dar mais vontade ver todas aquelas coisas que os guias não mostram e a gente vai esquecendo aos poucos,  enquanto vai se transformando sem nem se dar conta. Ah, viajar...

No Rio de Janeiro, meu amigo Ricardo reclama de estar sozinho numa sexta feira que poderia ser promissora caso ele tivesse agido diferente nos últimos dez anos. Lá na Escócia, meu amigo Rodrigo  coloca seu pijama e me pede pela decima vez para mandar uma foto dele na janela de alguma ruína do Cambodia. Na Escócia está 1ºC e desconfio que ele também está pensando em ter uma sexta feira promissora. Tento voltar para o livro. 

A Gra me chama para contar que seu pseudo namorado está mais pseudo que namorado. E a sexta a noite que poderia ser promissora continua chuvosa. Fecho o livro e penso em abrir uma agencia de aluguel de namorados (as) que funcionaria principalmente às sextas chuvosas. O Ricardo lembra que tem uma vizinha nova. Aconselho um contato. Eu achava que sexta chuvosa era uma maravilha para ler, ouvir música e ver filme. Mas acabo de me dar conta que também estou sozinha. Juro que eu achava que estava me acompanhando. Lá se foi minha leitura. Eu também deveria estar tendo uma sexta feira promissora.

A vizinha do Ricardo topou assistir um filme. O Rodrigo recebeu a foto e pela falta de resposta o clima lá esquentou. O pseudo namorado da Gra acabou de ligar. Ele está levando o jantar e um filme. Meu livro está emburrado num canto. 


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