De dentro do escuro , torcendo pela vida de um estuprador,
questionando os valores morais de um médico capaz de salvar muitas vidas, menos
a sua, entendi a politicagem do correto.
Costumo fazer terapia também no cinema. “A Pele que Habito”
, filme do genial Almodovar, me trouxe mais ferramentas para uma questão a tempos
discutida entre os poucos amigos que ainda se prestam a este luxo, a discussão
da conduta humana. Como julgar, ou por que julgar o que nos é desconhecido?
Durante o filme, diferente da maioria das tramas americanas,
o mocinho e o bandido trocam lados, cutucam nossas feridas e estapeiam a
nossa “boa conduta”. Quem merece ser julgado? Qual o mau é mais maligno e qual
é superável?
O certo e o errado, conceitos banalizados hoje em dia, vão fundo
no abismo da filosofia. Ficar cara a cara com nós mesmos é assustador, mais
ainda quando nos damos conta de que também aquela parte escondida, abafada,
somos nós.
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