17 de fevereiro de 2012

A Pele que Todos Habitam


De dentro do escuro , torcendo pela vida de um estuprador, questionando os valores morais de um médico capaz de salvar muitas vidas, menos a sua, entendi a politicagem do correto.

Costumo fazer terapia também no cinema. “A Pele que Habito” , filme do genial Almodovar, me trouxe mais ferramentas para uma questão a tempos discutida entre os poucos amigos que ainda se prestam a este luxo, a discussão da conduta humana. Como julgar, ou por que julgar o que nos é desconhecido?

Durante o filme, diferente da maioria das tramas americanas, o mocinho e o bandido trocam lados, cutucam nossas feridas e estapeiam a nossa “boa conduta”. Quem merece ser julgado? Qual o mau é mais maligno e qual é superável?

O certo e o errado, conceitos banalizados hoje em dia, vão fundo no abismo da filosofia. Ficar cara a cara com nós mesmos é assustador, mais ainda quando nos damos conta de que também aquela parte escondida, abafada, somos nós. 

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