30 de julho de 2006

Tour de France

Até Amelie Pollan gosta do tour de france, que é assim, uma espécie de copa do mundo para os franceses. O problema é o doping. Não é um doping qualquer não. Já assistiram o filme Gattaca? Pois é, os ciclistas estão alguns anos à nossa frente, pelo menos, cientificamente. Eles, os ciclistas, tem seu sangue analisado e depois colocam algumas substancias, entre elas a testosterona. O atleta treina até alguns dias antes da prova com o sangue modificado.

O corpo responde aos estímulos das drogas e se torna assim uma espécie de super-homem. Um pouco antes da prova, os médicos trocam novamente o sangue por outro novinho em folha, mais ou menos como uma roupa de treino, que depois de usada é mandada para lavanderia. Imaginem só: Um quarto de hotel, o sujeito chega do treino, senta na poltrona e liga mandando subir o resto da sua equipe. A roupa, ou melhor, o ciclista, fica ali assistindo televisão enquanto sacos e sacos de sangue passam de um lado para outro. Sai sangue normal entra sangue aditivado premium.

Tudo pronto, sangue novinho em folha, mas seu corpo ainda está acostumado aos estímulos da droga. O “atleta” corre a prova (as vezes usa algumas droguinhas mais lights “permitidas”) e depois basta fazer todo o abastecimento de sangue, só que agora ao contrário. Desta forma, alguns ciclistas conseguem sair “limpos” do exame de doping. Os outros, coitados que não tem tanta tecnologia são desclassificados.

A meu ver , o tour de france já está tão dopado que se o novo diretor, Christian Prudhomme, conseguir acabar com o doping, vai demorar mais de 200 anos para que os ciclistas cheguem perto dos feitos destes super-homens. Desta vez foi o campeão. Numa das etapas, o americano, Floyd Landis, quase desfalece, perde dez minutos e a camiseta amarela da liderança.

No dia seguinte, após uma noite sem dormir, sem etapa de descanso, debaixo de um calor canicular, ele chega dez minutos antes dos outros num circuito de 130 km nas montanhas, incluindo seis desfiladeiros !
Bem que os brasileiros poderiam ter trocado as garrafinhas de água da copa da França , por um pouco da água que os ciclistas tomam.

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