30 de agosto de 2006

tempestade de prazeres na cidade

Novembro de 2004

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E a capital afoga as magoas em um dia de tempestade e deleites paulistanos.
É quase dezembro, os sininhos de natal tocam para lembrar que as contas estão chegando em dobro, os presentes ainda nos esperam nas lojas e os porteiros do meu prédio, que são muitos não vêem a hora da merecida caixinha de final de ano.
Cenário perfeito para um dia de mau humor na terra natal. Saio de casa de manhã para entregar mais um quadro vendido, apesar de as águas(estranhamente de novembro) encharcarem meus sapatos, o quadro chega a sua nova casa são e salvo.
Eu, presa no transito, estaciono os ânimos um pouco num dos meus lugares preferidos da cidade. Entro e sou como sempre recebida com musicas, subo mais um pouco e chego à sala onde minhas maiores paixões continuam a minha espera, flerto um pouco com vários para então escolher Dostoievski, no caminho ate o café não posso deixar de notar o Luis Fernando Veríssimo em sua mais nova aventura que me chama para um bar na Amazônia.
Enquanto tomo um francino mocha sem chantilly, entro em um afluente do afluente do afluente do rio negro e embarco numa deliciosa aventura.
Já a caminho do instituto Tomie Othake com minha sacolinha dourada cheia de novos moradores para minha biblioteca, continuo na Amazônia do Veríssimo.
Entro na mostra “sonhando de olhos abertos”, um capricho para os olhos de uma artista. Mais um café, mais um momento meu. Abro o catálogo e tenho um daqueles momentos maravilhosos de solidão que só se tem no meio do caos da nossa vida urbana.
Já quase de volta à minha casa, dei uma última parada para conferir algum novo filme na 2001, mas ao entrar encontro com Rubens Ewald filho e sou agraciada com seu novo livro autografado completando um dia perfeito bem no meio de uma tempestade

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