4 de novembro de 2006

Correndo e aprendendo


Detalhista que sou, levo sempre um caderninho para tomar notas do que não quero esquecer. Depois de dois dias em Búzios e dois no Rio, o caderninho está cheio de assuntos e tópico interessantes sobre estas duas cidades.

Desta vez, mais do que nunca ocupei todos os minutos do dia e da noite. Vim ao Rio participar de uma prova de corrida de 10k, domingo dia 5. Isso, se eu não tivesse conhecido as palavrinhas que me causaram tamanho mau humor.

Síndrome do trato-ilílio tibial. Foi o que, incrédula ouvi o médico dizer. Nada de corrida por no mínimo três semanas. Parte porque sou teimosa, parte porque sou burrinha mesmo, ignorei. Esperei duas semanas e, acreditando ou desejando estar curada fui treinar ontem.

O joelho me traiu, ou eu a ele, o resultado da minha teimosia, estou sentindo agora.
Aprendi com Kant, não sigo o que a natureza me deu, luto para aperfeiçoar o que ainda não tenho. Dominando o que não gosto em mim, continuo em guerra contra o desânimo.

Pensando assim, comecei a correr. Pouco tempo depois eu já havia superado o que imaginava impossível. A corrida foi tomando um lugar cada vez mais importante em minha vida. Os treinos, mais prazerosos a cada dia, acabaram substituindo as noites em mesas de bar.

Não é apenas porque depois de correr, o corpo produz uma incrível substância, responsável por uma sensação deliciosa, chamada endorfina. Muito menos por sentir me livre e saudável. Gosto mesmo de correr porque sou uma eterna contradição.

Nada me dá mais prazer do que vencer, ainda que esteja vencendo de mim mesma. Quando corro, deixo para trás uma Giovanna cansada, sem foco e determinação. Tenho em meus pés, o poder de chegar onde quero. A cada passo na corrida, ganho auto-estima e coragem para chegar mais longe em minha vida.

Hoje, sentada num banco do calçadão, assisti muitas pessoas correndo. Senti o joelho reclamar, pensei na prova que não irei participar. Um amigo meu, diz que o tigre (meu signo chinês), tem que aprender a focar.

Seguindo minha dor e meu amigo, voltei para o hotel, decidi aproveitar tudo aquilo que eu não poderia se tivesse que treinar e participar da prova. Tentando me animar um pouco, deixei de lado o tenis, e fui ver o que mais o Rio tem de bom...

Nenhum comentário: