13 de novembro de 2006

Nike 10 K

Tentei usar o mesmo pensamento Kantiano (me inspirou a correr, contrariando a minha natureza, dispersa, fazendo minha vontade racional, prevalecer ao acaso) domingo, para não correr a Nike 10K.
Sabendo do risco, confirmado pelo médico, de acabar com a recuperação do meu joelho, voltar a ter muitas dores e até, não poder treinar por meses, caso eu teimasse e me enfiasse no meio dos outros corredores.

O mais sensato, diria qualquer pessoa normal, seria abdicar de um dia perfeito de sol e temperatura ideal, acompanhada por vários amigos e simplesmente não correr.

Por “curiosidade”, sexta-feira busquei o numero e a camiseta da corrida. Sábado, na tentativa desesperada, de impedir a mim mesma de correr, convidei vários amigos a sair para beber até muito tarde.
Entre um gole e outro, o som dos copinhos de água sendo pisados na rua (quem já correu sabe do que estou falando) lembravam o que eu não faria no dia seguinte.

A hora foi passando e antes das duas não agüentei. Vou correr!!!! Um prato de macarrão com molho de tomate, por favor!
Menos de quatro horas depois, a maior contradição de mim, vestiu o tênis, o polar e antes de engolir os analgésicos, pensou (por dois segundos) na besteira que estava prestes a cometer.

Nem uma nuvem no céu. Coração mais acelerado que o normal. Dúvidas deixadas no carro. Tudo pronto para a largada. Mais uma, entre 25 mil amarelinhos, esqueço do ceticismo e peço aos deuses que ajudem minha teimosia mais uma vez.

Cinco quilômetros já haviam passado e nada de dor (tomei um analgésico fortíssimo). Deve ser um sinal, me enganei. Vou aumentar o ritmo. Sentindo-me mais cansada que o normal cheguei ao oitavo quilometro em tempo record.

Dez quilômetros e 51 minutos depois da largada, praticamente desmaiando, sentei num canto e joguei água na cabeça irresponsavelmente teimosa, que me convenceu a ser melhor hoje do que jamais fui.

Bêbada de endorfina e satisfação, voltei para casa, coloquei gelo nos dois joelhos (o outro também começou a doer) e desmaiei no sofá pelas próximas quatro horas.

3 comentários:

bruni... disse...

Estava acompanhando a sua luta consigo própia, pra vencer a dor e fazer o que gosta...
Aproveitou?
Existe conseqüência pra qualquer ato, qualquer ação... Que venha o depois, mais com sabor de missão cumprida...
Beijo...

Fred Neumann disse...

Olá, Giovana cujo blog acabo de descobrir,

A sua corrida certamente deve passar rápida, mas seu relato certamente transcorreu devagar para ser apreciado.
Muito bom, fico feliz em descobrir este cantinho.
Conheci vindo do Garibada.

Poeticamente marchando,

Fred

*** A Girl with a Golden Touch *** disse...

Oi Giovana!
Realmente parece que as coisas que não devemos fazer são as que mais precisamos fazer acontecer pra que possamos nos sentir bem com nós mesmas!
Beijoo