15 de agosto de 2012

Amando em dose Dupla


Amar é bom, mas como tudo, quando é muito, pode machucar.
É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo? Responde que não, aqueles que vivem conforme lhes foi ensinado a sociedade, a religião e a cultura da culpa.

No amor verdadeiro não cabe traição, pensamos. Mas o que é traição? 
E principalmente o que é amor? Quem ama de verdade é capaz de trair?
Mas de onde vem o amor? 
O amor vem da nossa alma. Dela que é imoral, que não respeita as convenções e nem as regras da sociedade. Dela que se faz nua e nos deixa loucos se não escutarmos o que tem a dizer.

O amor é inerente ao ser humano. Ninguém, nem mesmo as pessoas mais racionais estão livres dele. 
Já foi considerado uma droga, por Platão. Já foi motivo de glória pela igreja.
Mas o amor é simplesmente ele e mais nada. Assim como os fenômenos da natureza, ele passa arrebentando tabus, destruindo famílias, fazendo ruir os preconceitos. 

Nós todos somos capazes de amar muitas pessoas. Claro que cada amor é representado de uma forma. Amamos nossos filhos, pais e amigos de forma diferente daquela que amamos nosso parceiro emocional.
Mas quero falar do amor de almas, que pode ou não ser vivido por homem-mulher. O amor que está acima do bem e do mal. Regras são meras pedras a serem deixadas pelo caminho de quem se depara com ele. Este amor não respeita nem a mais básica das regras, a dos opostos. O amor do qual falo é arrebatador e não escolhe sexo. 

Por viver em parte na ficção, é lá que encontro a verdade. São nos personagens desprovidos da obrigação da realidade que observo o amor se manifestar com toda a sua força. 
Capitú, Scarlet O’Hara, Ana Karenina, Lara de Dr. Jivago e Bela do atual Crepúsculo.

Somos todos reféns nas mãos desse sentimento que aparece sem ser convidado.
Como não sofrer com o amor dividido entre os irmãos em “Lendas da Paixão”? Qual deles é o amor maior? Qual merece ser vivido e qual deve ser sacrificado?

Como não entender a dor de um marido que ao se apaixonar e amar de verdade outra pessoa, sofre as consequências para não machucar seu grande amor, a mulher, com quem ficou casado mais de 40 anos ( Sean Connery em Corações Apaixonados). O arte, como sempre vem antes de nós e, de forma simples, coloca nossos tabus numa panela e faz uma bela palla ao estilo "Dieta Mediterranea"

A arte imita a vida e nossos corações não seguem ordens, nem lógica. Somos senhores dos nossos destinos, mas seremos sempre escravos dos nossos sentimentos.

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